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a2a Memoriall 0067A - João Bricola

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Biografia

João Brícola era tesoureiro e benemérito da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e deixou em testamento todos os seus bens para aquela entidade, inclusive o palacete que levava seu nome.
Quando do seu falecimento, em 1914, a câmara de vereadores resolveu homenageá-lo dando seu nome à Travessa do Rosário. No entanto, o diretor de O Diário Popular, com sede na travessa, manteve no expediente do jornal o nome antigo. O motivo foi que ele não perdoava o fato de João Brícola legar sua fortuna à Santa Casa e abandonar uma irmã na miséria.

 
Em 1936, a diretoria do Banco do Estado de São Paulo – Banespa, com o fim de construir o seu edifício-sede, adquiriu alguns sobrados no terreno em frente ao Teatro Municipal, na esquina da Rua Barão de Itapetininga com a Rua Xavier de Toledo.
 
Naquela época, construir um edifício-sede de um banco no Centro Novo, ou seja, além do Viaduto do Chá, não era aconselhável, já que ficaria distante do centro financeiro de São Paulo, localizado na Rua XV de Novembro.

 
Um local mais adequado seria o quarteirão ocupado pelo Palacete João Brícola. A diretoria do banco entrou em acordo com a Santa Casa e resolveram trocar os imóveis. 
Foi então que, em 1938, o Banespa adquiriu mais alguns imóveis naquele quarteirão da Praça Antônio Prado e demoliu-os juntamente com o palacete João Brícola. Estava lançada a pedra fundamental do prédio do Banespa, na praça Antônio Prado. 

Quanto ao edifício construído na praça Ramos, este ainda pertence à Santa Casa. Por muito tempo foi alugado ao Mappin e hoje é ocupado pelas Casas Bahia.

 
Inaugurado em 27 de junho de 1947, o Edifício Altino Arantes foi assim batizado em 1960, para homenagear o primeiro presidente brasileiro do banco (1926 a 1930), Altino Arantes Marques. (O Banespa foi criado como “Banco de Crédito Hipotecário e Agrícola do Estado de São Paulo” em 1909, com controle acionário francês, e nacionalizado em 1919).

Projetado por Plínio Botelho do Amaral, o prédio é todo em concreto armado, tem 161,22 metros de altura e 35 andares. Já foi considerado a maior estrutura de concreto armado do mundo, pois, à época, os maiores prédios norte-americanos, incluindo o “Empire State Building”, de Nova Iorque, eram de estrutura metálica. Foi também durante 20 anos o prédio mais alto da cidade (hoje esse título é atribuído ao edifício Zarzur & Kogan, o popular Mirante do Vale, o mais alto do Brasil).

A Torre, que em 1950 era encimada pela antena de transmissão da TV Tupi, é uma das grandes atrações do prédio, pois possui um mirante com 360º, que oferece uma deslumbrante vista da cidade. Atualmente, recebe cerca de 18 mil visitas por mês. O saguão apresenta um enorme lustre de 13 metros de altura e que pesa 1,5 tonelada, além de um mural que conta a evolução da economia paulista desde seus primórdios.

 
No ano 2000, o banco que o ocupava foi federalizado e, em 20 de novembro daquele ano, vendido ao Santander por 7 bilhões de reais. O prédio foi colocado à venda pelo grupo por 50 milhões.

 
No topo da colina histórica, o edifício Altino Arantes – o popular Banespão – reina absoluto. Ainda levará muito tempo para surgir quem o destrone no Centro Velho. Ponto de referência, representa a era progressista que atraiu milhares de imigrantes e migrantes para São Paulo. Símbolo da modernidade, o prédio são os olhos de concreto dos paulistanos contemplando a Pauliceia.radora do Laboratório de Temas